Professores devem entrar em greve nesta quarta-feira

Professores da rede estadual de ensino preparam para esta quarta-feira, o início da greve por tempo indeterminado. A APP-Sindicato está organizando o movimento em toda a região.  A expectativa, de acordo com o Sindicato, é que a paralisação atinja neste primeiro dia em torno de 50% da categoria.

Segundo a direção do Sindicato, a tendência é que a paralisação fique mais forte no decorrer do movimento. Pelo que tenho conversando nas escolas a tendência é que a adesão cresça, estamos trabalhando para isso, argumentam os sindicalistas.

Nesta quarta-feira, ônibus da região devem seguir para Curitiba com profissionais da educação para participar de um ato em frente ao Palácio Iguaçu.

Simultaneamente professores em greve que viajarem a Curitiba estão sendo convocados para uma concentração em Campo Mourão a partir das 15h30 em frente a Caixa Econômica, na rua São José, esquina com a Avenida Capitão Índio Bandeira.  Na sexta-feira haverá uma avaliação da greve pela categoria e no sábado, assembleia estadual em Curitiba para decidir os rumos da paralisação.

A escolha da greve para este dia 15 foi baseada em um congresso realizado em janeiro pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que decidiu pela realização de uma greve nacional da categoria. No Paraná, as principais reclamações são a data-base do reajuste salarial, que foi adiada, e a redução da hora-atividade (tempo que os professores têm para preparar aulas e corrigir trabalhos e provas), que passou de sete para cinco horas a cada 20 horas de trabalho.

A modificação causou problemas na distribuição de aulas, com profissionais que precisaram se dividir entre várias escolas e outros que não conseguiram aulas. Há ainda reclamação sobre as penalidades sofridas pelos professores que se afastaram das salas por problemas de saúde ou mesmo para treinamento.  

Reivindicação nacional – Os eixos centrais da paralisação nacional, aprovada congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em janeiro, serão a oposição à proposta de Reforma da Previdência, encaminhada pelo governo de Michel Temer ao Congresso Nacional (PEC 287/16), e o cumprimento integral do Piso nacional do magistério. Os comandos estaduais e municipais de mobilização estão agregando outras pautas à paralisação, de acordo com as realidades locais.

A CNTE considerou inevitável a deflagração de uma greve nacional em função dos desdobramentos do que definiu como golpe jurídico-parlamentar e midiático no Brasil. Esse golpe, na avaliação da confederação, afronta o Estado Democrático de Direito previsto na Constituição, substitui as políticas de distribuição de renda por políticas de privatização e terceirização, e engessa o Estado brasileiro, por meio do congelamento dos investimentos por vinte anos, impedindo-o de promover o crescimento econômico.

Além disso, criticou ainda a confederação, pretende impor uma Reforma da Previdência que castigará a classe trabalhadora e os mais pobres do país, especificamente na educação as mulheres, patrocinando o desmonte da previdência pública e promovendo os fundos privados. Ainda segundo a CNTE, a greve nacional da educação também pretende fortalecer a construção da greve geral da classe trabalhadora, que deve ser convocada pelas centrais sindicais este ano.